Golpistas aproveitam greve para pedir intervenção “constitucional"
- Opinión
(Do blog com equipe) - Sempre no cio, como lembrava Brecht, as cadelas do fascismo - e do golpismo - querem aproveitar a greve dos caminhoneiros para colocar faixas nas rodovias pedindo a eterna intervenção militar.
Quem sabe com saudade dos locautes golpistas chilenos, embora não dê para saber se o vídeo é de agora, já tem também pelo menos um sujeito vestido de sargento do exército pedindo que quem quiser ajudar os caminhoneiros coloque faixas nesse sentido nos pontos de concentração dos grevistas e sugerindo que o apelo seja espalhado pelo whatsapp.
Duas coisas a lembrar:
1 - O governo vai usar justamente o exército para forçar a passagem de caminhões de combustível pelas estradas para assegurar atividade essenciais.
2 - A intervenção “militar” no Rio de Janeiro, mostrou que as forças armadas, mesmo quando apenas cumprindo ordens, são tão sujeitas a problemas e limitações quanto qualquer outra instituição nacional.
Se essa força não consegue segurar a onda em favelas no Rio de Janeiro, cidade em que a violência aumentou no lugar de diminuir depois da chegada das tropas federais, vai conseguir fazer isso na quinta maior extensão territorial do mundo, pegando o verdadeiro rabo de foguete em que o golpe contra Dilma transformou o Brasil depois de 2016?
Só malucos vestidos de camisetas com fotos de torturadores, em festa de apoio à pré-candidatura de certo aspirante à presidência, colocariam suas fichas numa roubada dessa, principalmente porque o Brasil - ao contrário do que ocorria em 1964 - tem centenas de quilômetros de fronteira seca com países onde é mole comprar rifles e submetralhadoras, como o Paraguai e a Venezuela, onde está sendo instalada a segunda maior fábrica de rifles Kalashnikov do mundo, depois da própria Rússia, por exemplo.
Pior que um golpe - que como mostra o de 2016, todo mundo vê como começa, mas ninguém sabe como vai acabar - só um segundo golpe dentro dele.
Já pensou no "pega pra capar"?
25 de mai de 2018
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