Guia prático da imprensa sindical
26/08/2008
- Opinión
Diante dos constantes ataques da mídia hegemônica às lutas e aos direitos dos trabalhadores, o sindicalismo parece acordar para a urgência de fortalecer seus veículos próprios de comunicação com a base e a sociedade. Diversas entidades, como a Federação dos Trabalhadores na Indústria do Paraná, realizaram recentemente seminários e palestras para discutir este desafio. Para os que desejam investir nesta frente estratégica o livro “Imprensa sindical, comunicação que organiza”, do jornalista João Franzin, é uma obra indispensável. É quase um guia prático para os sindicatos.
Franzin é bastante conhecido nos meios sindicais. Formado em 1977, ele já trabalhou em jornais, rádio, televisão e assessoria de imprensa; desde 1985, ele presta serviços aos sindicatos, somando trabalhos em mais de 100 entidades. Militante engajado, fundou e coordena a Agência Sindical, uma empresa de comunicação e consultoria para o sindicalismo. Ele também é apresentador do programa Câmera Aberta Sindical, na TV Aberta de São Paulo, uma iniciativa plural que reúne convidados de distintas concepções para abordarem temas de interesse dos trabalhadores.
“Boa comunicação deve gerar ação”
No livro, escrito em linguagem simples e direta, o autor dá várias dicas práticas para aperfeiçoar os diversos veículos dos sindicatos – como os boletins, jornais, livretos, revistas, rádio, televisão e internet. Cada um tem suas particularidades, o que “requer técnica, zelo e compromisso”. Não podem ser encarados de forma amadorística. Franzin também dá “receitas” para a comunicação sindical, demonstrando que forma e conteúdo precisam caminhar juntos. “O texto sindical deve evitar adjetivos, o tom excessivamente discursivo, as abstrações. Melhor realçar fatos, dados, números e informações que possam gerar atitude. Afinal, boa comunicação deve gerar ação”.
Partindo da premissa de que os brasileiros lêem pouco, ele sugere textos curtos e diretos. “A vida do trabalhador é jogo duro: acorda cedo, utiliza transporte precário, trabalha muito, ganha pouco, volta para uma casa quase sempre sem conforto. Sua vida doméstica é rotineira. A social é muito restrita... Que comunicação serve a essa pessoa? A comunicação objetiva, que leve informações práticas, que oriente, sem firulas, sem ironias”. Para ele, “a imprensa sindical ainda é prolixa. Parte dos jornais das entidades ficaria bem melhor se cortasse pelo menos 20% dos seus textos”.
Mais de 10 milhões de exemplares
Ele também propõe maior cuidado com a estética. “O material do sindicato deve, sempre, primar pela qualidade: do texto, da informação, da apresentação. A imprensa sindical tem compromisso com a dignidade humana, com a elevação cultural, a superação social e com o avanço político da sociedade”. Ele ainda aponta que o dirigente sindical deve ser “jornalista e jornaleiro”, ajudando nos conteúdos e mantendo permanente contato com a base, e defende “o leitor como sujeito e parceiro da informação”. No final, ele propõe que o profissional contratado tenha compromissos com a classe e indica que o sindicato “é uma escola de comunicação e de política”.
Para Franzin, muitos sindicalistas ainda subestimam a força e o potencial desta comunicação. “A imprensa sindical brasileira publica mais de 10 milhões de exemplares por mês, basicamente de boletins e jornais, distribuídos no local de trabalho, entregues de mão em mão, no contato direto entre sindicalistas e trabalhadores da base. Esses materiais divulgam os sindicatos, informam a categoria, convocam assembléias, enfim, difundem um ponto de vista sindical, que forma cultura e estabelece parâmetros... Ao divulgar direitos, combater abusos e ajudar na organização, ela melhora a vida do trabalhador do Brasil”. Seu livro ajuda a enfrentar esta crônica subestimação.
Franzin é bastante conhecido nos meios sindicais. Formado em 1977, ele já trabalhou em jornais, rádio, televisão e assessoria de imprensa; desde 1985, ele presta serviços aos sindicatos, somando trabalhos em mais de 100 entidades. Militante engajado, fundou e coordena a Agência Sindical, uma empresa de comunicação e consultoria para o sindicalismo. Ele também é apresentador do programa Câmera Aberta Sindical, na TV Aberta de São Paulo, uma iniciativa plural que reúne convidados de distintas concepções para abordarem temas de interesse dos trabalhadores.
“Boa comunicação deve gerar ação”
No livro, escrito em linguagem simples e direta, o autor dá várias dicas práticas para aperfeiçoar os diversos veículos dos sindicatos – como os boletins, jornais, livretos, revistas, rádio, televisão e internet. Cada um tem suas particularidades, o que “requer técnica, zelo e compromisso”. Não podem ser encarados de forma amadorística. Franzin também dá “receitas” para a comunicação sindical, demonstrando que forma e conteúdo precisam caminhar juntos. “O texto sindical deve evitar adjetivos, o tom excessivamente discursivo, as abstrações. Melhor realçar fatos, dados, números e informações que possam gerar atitude. Afinal, boa comunicação deve gerar ação”.
Partindo da premissa de que os brasileiros lêem pouco, ele sugere textos curtos e diretos. “A vida do trabalhador é jogo duro: acorda cedo, utiliza transporte precário, trabalha muito, ganha pouco, volta para uma casa quase sempre sem conforto. Sua vida doméstica é rotineira. A social é muito restrita... Que comunicação serve a essa pessoa? A comunicação objetiva, que leve informações práticas, que oriente, sem firulas, sem ironias”. Para ele, “a imprensa sindical ainda é prolixa. Parte dos jornais das entidades ficaria bem melhor se cortasse pelo menos 20% dos seus textos”.
Mais de 10 milhões de exemplares
Ele também propõe maior cuidado com a estética. “O material do sindicato deve, sempre, primar pela qualidade: do texto, da informação, da apresentação. A imprensa sindical tem compromisso com a dignidade humana, com a elevação cultural, a superação social e com o avanço político da sociedade”. Ele ainda aponta que o dirigente sindical deve ser “jornalista e jornaleiro”, ajudando nos conteúdos e mantendo permanente contato com a base, e defende “o leitor como sujeito e parceiro da informação”. No final, ele propõe que o profissional contratado tenha compromissos com a classe e indica que o sindicato “é uma escola de comunicação e de política”.
Para Franzin, muitos sindicalistas ainda subestimam a força e o potencial desta comunicação. “A imprensa sindical brasileira publica mais de 10 milhões de exemplares por mês, basicamente de boletins e jornais, distribuídos no local de trabalho, entregues de mão em mão, no contato direto entre sindicalistas e trabalhadores da base. Esses materiais divulgam os sindicatos, informam a categoria, convocam assembléias, enfim, difundem um ponto de vista sindical, que forma cultura e estabelece parâmetros... Ao divulgar direitos, combater abusos e ajudar na organização, ela melhora a vida do trabalhador do Brasil”. Seu livro ajuda a enfrentar esta crônica subestimação.
- Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “Encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).
http://altamiroborges.blogspot.com
https://www.alainet.org/es/node/129370
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