Dirigente de movimento de Fernando Lugo sofre atentado

09/04/2008
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Partido do candidato de oposição, líder nas eleições, não descarta a hipótese de crime político.

Alfredo Avalos, dirigente do movimento de esquerda Tekojoja, foi gravemente ferido ao receber tiros na noite de terça-feira (8) em frente à sua casa. Sua esposa, a brasileira Silvana Rodrigues de Avalos, levou três tiros – um na cabeça, um no tórax e em um no braço – e morreu na hora.

O atentado aconteceu em Curuguaty, 300 quilômetros ao noroeste de Assunção, uma cidade identificada pela polícia e por agentes anti-drogas como uma zona de produção e tráfico de maconha. Segundo testemunhas, a mulher de Avalos estava em frente ao domicílio do casal quando foi atacada por dois homens que abriram fogo sem qualquer advertência.

A oposição – liderada pelo ex-bispo Fernando Lugo, que está na frente nas pesquisas das eleições presidenciais – não descartou a possibilidade de motivações políticas, como afirmou o presidente do Tekojoja, Aníbal Carrillo. Segundo ele, Avalos e sua esposa “foram vítimas da máfia”. O partido divulgou nota informando que o assassinato “se inscreve na campanha de medo que realizam os que temem perder o poder”. A polícia também investiga que o crime possa ter motivações políticas.

Fernando Lugo lidera a corrida eleitoral no Paraguai e sinaliza uma ameaça ao domínio do Partido Colorado, que governa o Paraguai desde 1946 e que chegou ao poder depois de um golpe de Estado do general Alfredo Stroessner. As eleições estão marcadas para domingo (20) e, pelo sistema eleitoral paraguaio, serão decididas em apenas um turno – estará eleito o candidato que obtiver a maior quantidade dos votos.

Calma e Serenidade

O presidente do Congresso, Miguel Saguier, expressou sua preocupação em relação ao aumento da violência dias antes dos comícios pré-eleitorais. Saguier é senador do Partido Liberal, que faz parte da coalizão opositora liderada por Lugo. “Peço aos cidadãos que mantenham a calma e a serenidade”, disse.

O deputado oficialista Julio Colmán, acusado pelos opositores de proteger o narcotráfico na região, rechaçou a versão de que o crime possa ter fundo político e o qualificou como “um ataque ao melhor estilo da máfia”. “Estamos em uma zona onde se cultivam 5 mil hectares de maconha por ano e onde já ocorreram 14 assassinatos em seis meses devido ao narcotráfico”, argumentou.

Outro dirigente do Tekojoja foi assassinado no começo do ano em um crime que o movimento declarou como político, mas que a polícia considerou como passional.

O jornal conservador “ABC Color” afirmou que o crime foi um ajuste de contas entre inimigos, e não um crime político. Segundo o jornal, Avalos mantinha uma disputa judicial com o brasileiro Aristeu Falkenbak, a quem havia acusado, como locutor de uma rádio local, de chefiar uma máfia do narcotráfico.

O jornal comenta ainda que Fernando Lugo “se mostrou cauteloso de qualificar o crime de político”. Além dele, concorrem na eleição do próximo dia 20 Blanca Ovelar (governista), a primeira mulher a concorrer à Presidência, e o ex-general Lino Oviedo, da coalizão de centro-direita Unace. (com agências internacionais).

Fonte: Brasil de Fato


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