A convocatória da I Assembléia Mundial de Jovens Camponeses e Indígenas constitui um grande acerto da Via Campesina, pois assim se garante a continuidade e vigência do movimento social e camponês para seguir lutando pela mudança social e porque outro mundo é possível. Esta é a consideração de diversos jovens que participam do evento. Cecília Castro, integrante da Coordenação Nacional Plano de Ayala de México, CENPA, disse que é necessário que os jovens assumam as novas responsabilidades do movimento camponês. "Esta primeira assembléia tem possibilitado um maior compromisso e nós vamos nos apropriando destes espaços de organização como a Via Campesina e que, desde então, criamos novas alternativas para o desenvolvimento rural", reafirmou. Acrescentou que assim como se foram incorporando as organizações de mulheres camponesas, também chegou a hora da juventude camponesa, que deve assumir a responsabilidade de seguir reproduzindo as organizações do movimento social e particularmente do campo. Outra participante que se pronunciou sobre o evento foi Ony Chávez, secretaria de assuntos femininos do Conselho Coordenador de Organizações Camponesas de Honduras, COCOCH. "A assembléia permitiu visualizar os jovens camponeses e suas organizações, com seus problemas e também com suas propostas e alternativas. Esperamos que esta reunião seja a base para fortalecer as organizações juvenis do campo em todos os nossos países, pois os jovens são o presente e devemos renovar nossos ideais e forjar novos quadros dirigentes", concluiu Ony Chávez. Já Sandra Rodrigues, do Movimento de Mulheres Camponesas de Brasil (MMC), destacou que as propostas que surgiram nesta assembléia devem ser entendidas como orientações estratégicas na IV Conferência Internacional da Via Campesina que se inicia segunda-feira (14). "Necessitamos seguir construindo espaços para a organização da juventude rural para seguir fortalecendo nossa identidade, nossa cultura, nossas alternativas para fazer produzir a terra y criar maiores oportunidades para os jovens camponeses, mulheres e homens", indicou. Entre as propostas que dirigentes camponesas formularam para dar continuidade a sua articulação na Via Campesina, estão a programação de novos encontros, reuniões, congressos e outros eventos que possibilitem socializar as diversas experiências sociais, políticas e produtivas das organizações camponesas. São Paulo/SP – 13 de maio/04