Bienvenido, señor Uribe

05/03/2003
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O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, chega nesta semana ao Brasil para conversações com o governo brasileiro. Não devem estar incluídos pelo presidente colombiano temas como a Alca, o Mercosul, a guerra e a paz no Iraque. Infelizment. Sua preocupação central - e praticamente única – é a luta contra o narcotráfico, na modalidade escolhida por seu governo - em acordo com o governo norte-americano -, de militarização do conflito. O governo brasileiro já revelou que não tem nenhuma disposição de atender as demandas de Uribe – como as de incluir as Farc (atenção, imprensa brasileira: Forças Armadas Revolucionárias da Colombia e, portanto, FARC e nada de Farcs) na lista de organizações que o governo dos EUA consideram "organizações terroristas" e abrir caminho para uma intervenção militar aberta, maciça e assumida de tropas norte-americanas no coração da estratégica zona andino-amazônica. Faze-lo seria trazer a "guerra infinita" em cheio para a nossa região, sob direção ilimitada de um governo que já demonstrou sua falta de disposição de respeitar qualquer instituição ou legalidade internacional. O governo brasileiro se reserva o direito de ter critérios próprios a esse respeito, para qualificar como considere correto a movimentos guerrilheiros, a grupos paramilitares, ao Exército colombiano ou a outras organizações internacionais. Prefere se reservar o papel de mediador num conflito em que os governos colombiano e norte-americano são parte integrante, além das guerrilhas e dos grupos paramilitares desse país. Mas além disso, o Brasil pode falar da sua própria experiência. O país está tentando construir espaços de debate, de integração e de construção de uma sociedade e de um Estado justos e legítimos, por meios institucionais, ampliando os espaços democráticos e tratando de priorizar as soluções sociais aos profundos problemas que o país enfrentar. Tentou-se criminalizar e destruir os movimentos sociais, mas essa alternativa não se revelou nem justa, nem possível. Agora o país trilha o caminho da coesão social e da busca de alternativas políticas democráticas. As formas violentas de enfrentamento dos conflitos geram mais violência, uma cultura de intolerância, intervenções externas, militarização da vida política. Ainda mais neste momento, em que uma ação desse tipo se inscreve no marco da "guerra infinita" desataca pelo governo dos EUA contra o que considera "forças terroristas". Aceitar os termos que o presidente colombiano assume e propõe ao Brasil, seria reforçar a truculência do governo Bush e fortalecer o mundo unipolar e violento que pretende impor a guerra ao Iraque contra a opinião pública mundial e a legalidade internacional. Que o presidente Álvaro Uribe saiba e transmita a seu povo que o Brasil é favorável a uma solução pacífica, justa e duradoura do conflito que envolve a Colômbia. E por isso mesmo, não se alinha com a política norteamericana de militarização dos conflitos e de alinhamento com Washington, lutando, ao contrário, pela integração latinoamericana e pela solução intermediada pelos governo e pelas forças políticas do próprio continente de seus conflitos.
https://www.alainet.org/es/node/107060?language=en
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