Boatos de campanha

19/10/2002
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Quando uma criança briga com outra, a primeira palavra usada para classificar o episódio é "feio". O ofendido pode ser um lindo garoto, mas isso deixa de ter importância para um coração magoado. É o que acontece na campanha eleitoral. Cercado de plumagens tucanas, Serra não se conforma com a vontade manifestada nas urnas pelos eleitores: 76% querem mudanças. Por isso votaram em Lula, Garotinho e Ciro. A propaganda tucana na TV tenta desmerecer as administrações do PT. É o velho mote da "incompetência". Ora, o Brasil sempre foi governado por doutores. Nem por isso deixa de abrigar 53 milhões de pobres e miseráveis. No entanto, temos em nosso país milhares de empresários que nunca cursaram faculdade e tiveram êxito em seus negócios. E ninguém ousa chamá-los de "incompetentes". Na Internet são divulgados boatos para assustar o eleitor: Lula impediria que o herdeiro de uma casa se apossasse dela; fecharia as igrejas evangélicas etc. Quem acompanha a trajetória de Lula nos últimos 20 anos sabe muito bem que ele não esconde o jogo. E é suficientemente inteligente para não querer acabar com o direito de propriedade. O que ele quer é mais brasileiros se tornando proprietários, sobretudo de suas moradias ou do seu pedaço de chão para plantar. Lula é cristão, gosta de orar, tem adoração por Jesus e devoção por Francisco de Assis. Jamais entraria em atrito com qualquer religião ou Igreja. Aliás, convém lembrar que Deus não tem religiãoŠ Na imprensa, os boatos cedem lugar à especulação: que tal pessoa vai ser ministro, e outra vai presidir o Banco Central etc. Lula não admite falar em nomes e cargos antes que o futuro presidente da República esteja definido pelo nosso voto, no dia 27 de outubro. * Frei Betto é autor de "O Vencedor"
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