Concluiu o V Encontro de luta contra a ALCA
14/04/2006
- Opinión
Depois de quatro jornadas de intensos debates, os participantes ao V Encontro Hemisférico de luta contra o ALCA conheceram o plano de ação e a declaração final do evento que reuniu em Havana cerca de 400 representantes de diferentes redes e campanhas do continente que se opõem aos tratados de livre comércio e suas conseqüências. Na sessão de clausura que assistiram estudantes de vários países latinoamericanos e caribenhos que estudam medicina em Cuba foi apresentada a agenda de ação da Aliança Social Continental, um fórum de organizações e movimentos sociais progressistas das Américas criado para trocar informação, definir estratégias e promover ações conjuntas, que persegue a busca de um modelo de desenvolvimento alternativo e democrático, que beneficie a nossos povos.
O encontro, atemperado às atuais conjunturas políticas e tomando em conta as necessidades de conformar estratégias de luta que propiciem a unidade dentro da diversidade, criou e facilitou espaços para que as redes e campanhas pudessem reunir-se e desenhar suas próprias estratégias, a articulação e a construção de alternativas regionais.
Neste mesmo sentido, os representantes de organizações, movimentos e outras redes e campanhas socializaram suas experiências de maneira que puderam conformar articulações e planos de ações comuns em torno dos temas mais apremiantes que hoje fazem parte da agenda dos movimentos sociais na região, tais como: a oposição ao livre comércio em todas suas complexas e diversas formas de expressão ?ALCA, OMC, TLCs, CAFT, Acordos biregionales ou bilaterais com a União Européia (EPAS), TLCAN-plus, entre outros?; a resistência à ofensiva militarista, a oposição à face financeira da globalização neoliberal e suas instituições financeiras internacionais, a luta contra a OMC e a construção de alternativas a favor da integração de nossos povos, bem como o desafio e a oportunidade de avançar com propostas alternativas derivadas da consolidação do quadro político emoldurado pela chegada ao poder de governos eleitos com propostas políticas contrahegemónicas, e de iniciativas de integração regional diferentes das do livre comércio.
Entre as organizações, presentes no evento, destacam a CLOC, COMPA, A CADA, Jubileu Sur, MMM- REMTE, OCLAE e a rede de redes Em defesa da Humanidade. Ao calor dos debates surgiu uma nova, a Rede Mundial de Juristas, nascida precisamente com o propósito de orientar legal e juridicamente o confronto social ao ALCA, como projeto de recolonização do continente.
Muitas das ações propostas pelos movimentos sociais presentes neste V Encontro, respondem às manobras de Washington, empenhado em fazer valer seus objetivos de dominação mediante o acordo de TLCs com regiões ou países por separado. Em tal sentido, convocou-se a um boicote aos produtos norte-americanos para o 1º de maio, com o fim de demonstrar o peso dos imigrantes na economia estadunidense e em apoio às recentes manifestações dessas pessoas.
Assim mesmo, não se perdeu de vista os planos da Aliança de Segurança e Prosperidade de América do Norte, uma nova tentativa para ampliar a toda a América o tratado de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México.
Isso implica, demandaram os assistentes, não só ampliar as campanhas através dos meios de comunicação alternativos e comunitários, senão também ampliar as convergências e mobilizações populares para enfrentar uma eficaz rejeição a esse projeto.
Conferências magistrais de Francois Houtard, sociólogo belga e do boliviano Pablo Solón, sobre a luta dos movimentos sociais por um mundo melhor, enfatizaram as jornadas do evento.
O economista cubano, Osvaldo Martínez, pelo Comitê organizador do V Encontro Hemisférico de luta contra o ALCA, em suas palavras finais, exautou os movimentos sociais, redes e campanhas do continente a criticar e opor-se, cada vez com mais força e firmeza, ao modelo de dominação capitalista em todas suas facetas e expressões; mas igualmente a construir alternativas de integração que permitam que esse mundo melhor ao que aspiramos os que amamos e fundamos a esperança, não só possa ser possível, senão necessário desde os esforços concertados e a criação coletiva.
Declaração Final do V Encontro (Espanhol): http://www.movimientos.org/noalca/vencuentro/show_text.php3?key=6991
- Idania Trujillo / Caminos-Minga Informativa
https://www.alainet.org/en/node/114994
Del mismo autor
- “Dominación de espectro completo”, una amenaza para la vida y la soberanía 13/10/2010
- De pituca a trabajadora doméstica 11/10/2010
- Del retablo a la vida, construyendo ciudadanía 10/10/2010
- Una apuesta por la diversidad y la cultura 07/10/2010
- Campesinas y campesinos en paro nacional 30/06/2009
- Hay treinta y cuatro tomas de carreteras en todo el país 30/06/2009
- El pueblo sigue desafiando a los “gorilas” 29/06/2009
- Para callar las armas, hablemos los pueblos 01/10/2008
- Autonomía, convergencia y comunicación: tres retos de APC 05/07/2008
- Nuestra lucha es por la vida, la solidaridad y la integración caribeña 03/07/2008