Comemorar Alcântara é preparar o nosso exército contra a ALCA

11/05/2003
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Cerca de 300 pessoas, representantes das diversas entidades que compõem a Campanha Brasileira Contra a ALCA, ocuparam nesta tarde o Auditório Nereu Ramos, em Brasília/DF, para comemorar o arquivamento do Acordo que prevê a instalação de uma Base Militar Americana em Alcântara, estado do Maranhão. O ato, intitulado de "Consolidação da Vitória", contou com a presença do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, o senador João Capiperibe, João Pedro Stedille, coordenador do MST, Sérvulo Borges, da comunidade de Alcântara, entre outros deputados da casa. Para o líder do MST, João Pedro Stedile, que resgatou a história de luta e resistência da população contra a instalação da base, foi uma grande vitória para o povo brasileiro e latino americano, o fato do presidente Lula ter tomado a decisão política de retirar este acordo. O senador Capiperibe lembrou que não basta para os EUA sua presença econômica nos países. Agora querem garantir e reforçar uma presença física e militar para o controle do hemisfério. Sérvulo Borges, do movimento dos atingidos pela Base de Alcântara disse que não basta só a retirada do acordo. Para ele o povo deve ter voz e vez na solução de seus problemas. "As pessoas deslocadas estão passando fome" – lembrou Borges. Durante o ato, Luiz Bassegio, da secretaria continental do Grito dos Excluídos, destacou os principais pontos da Declaração do I Encontro Hemisférico Frente à Militarização, que aconteceu em Chiapas, México, nos dias 6 a 9 de maio de 2003. Lembrou que a militarização viola os direitos humanos, destrói comunidades tradicionais, incrementa a migração forçada, destrói o meio ambiente e, sobretudo, interfere na soberania dos povos. O Presidente da Casa, João Paulo Cunha, que também marcou presença no Ato para receber uma carta assinada por vários Bispos da CNBB, que se posicionam contra o uso de produtos transgênicos, apoiou a iniciativa do ato. Um dos momentos fortes do ato foi quando o presidente da CCJ, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh garantiu aos presentes que o povo ganhou esta questão em relação aos EUA. "Nós ganhamos esta luta. Podemos fazer atos públicos de comemoração pela retirada deste acordo esdrúxulo" – disse Greenhalgh. Ao final, num gesto simbólico, a mesa, "engavetou" o acordo com os EUA. Para os presentes, a vitória sobre Alcântara, fortalece a luta contra a implantação do Acordo da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA. * Luciane Udovic e Luiz Bassegio da Secretaria do Grito dos Excluídos Continental.
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