Caso Snowden tem um giro de 180 graus
24/07/2013
- Opinión
Berlim - O advogado Anatoly Kucherena surpreendeu a mídia com uma declaração à revista Der Spiegel, dizendo que até agora os Estados Unidos não formalizaram um pedido de extradição contra ele, dirigido ao governo de Moscou.
Esta afirmação, com a informação divulgada por ele e por agências russas de notícias, segundo a qual as autoridades da Rússia de imigração concederam ao “whistleblower” documentos provisórios, provocaram uma reviravolta de 180 graus no caso.
Até o momento, Snowdon estava refugiado na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou. Mas sua situação equivalia a de estar numa prisão domiciliar, impedido até de sair para fazer compras. Seu pedido de asilo teve de ser apanhado por um funcionário do governo moscovita, porque as leis russas preveem que ele deva ser entregue em mãos: não poderia, por exemplo, ser feito através de uma carta enviada pelo correio.
Em sua entrevista à Spiegel, Kucherena acrescentou que a Embaixada dos Estados Unidos encaminhou por seu intermédio um pedido para ter um encontro direto com o refugiado. Tais atitudes contrastam com a dureza que o governo de Barack Obama tem se dirigido aos países latino-americanos, ameaçando represálias caso ajudem Snowden. Ou mesmo à sua atitude perante os governos europeus que protagonizaram o papelão subserviente de negarem espaço aéreo ao avião presidencial boliviano, sob a alegação de que estaria transportando secretamente o denunciante.
Por seu turno, o presidente russo Vladimir Putin renovou sua determinação de que, para conseguir asilo permanente na Rússia, Snowden deveria cessar de “prejudicar interesses norte-americanos”, ou seja, teria de suspender suas revelações sobre a espionagem secreta por parte da National Security Agency. Tais “conversações indiretas” entre os dois governos mostram a decisão de não permitir que o “caso Snowden” prejudique as relações entre os dois países, no momento delicado em que EUA e Rússia tentam rearticular alguma forma de política comum em situações como a da Síria e do Egito, depois das diferenças entre ambos que lembraram os tempos da Guerra Fria.
Ao mesmo tempo a NSA escapou por pouco de ter suas liberdades tolhidas por uma resolução votada na Câmara de Deputados de Washington. A moção foi derrotada por uma margem estreita de votos, 217 a 205. Nesta ocasião viu-se algo inusitado: o governo de Obama aliando-se a seu arqui-inimigo John Boehner, o republicano que preside a Câmara, enquanto rebeldes do partido deste (94) aliavam-se a rebeldes democratas (111) para tentarem a aprovação da medida.
Na Alemanha o debate sobre a espionagem continua, com a chanceler Angela Merkel tendo de dar cada vez mais explicações e com uma margem de manobra cada vez menor, sobre se o governo sabia ou não das atividades da NSA em seu território, e o quê sabia. Os países europeus envolvidos no episódio do avião do presidente Evo Morales pediram desculpas a este pelo impedimento que provocaram.
Este complexo jogo de poderes, que até agora limitava a liberdade de Snowden, virou a seu favor, pelo menos de momento. E ele assim poderá sair do aeroporto e fixar-se em Moscou ou qualquer outra cidade russa. A questão que se colocará dentro de algum tempo é a de se, com os papéis de um asilo definitivo, ele poderá deixar a Rússia em segurança, para deslocar-se a outro país de seu desejo, por exemplo, na América Latina.
Esta afirmação, com a informação divulgada por ele e por agências russas de notícias, segundo a qual as autoridades da Rússia de imigração concederam ao “whistleblower” documentos provisórios, provocaram uma reviravolta de 180 graus no caso.
Até o momento, Snowdon estava refugiado na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou. Mas sua situação equivalia a de estar numa prisão domiciliar, impedido até de sair para fazer compras. Seu pedido de asilo teve de ser apanhado por um funcionário do governo moscovita, porque as leis russas preveem que ele deva ser entregue em mãos: não poderia, por exemplo, ser feito através de uma carta enviada pelo correio.
Em sua entrevista à Spiegel, Kucherena acrescentou que a Embaixada dos Estados Unidos encaminhou por seu intermédio um pedido para ter um encontro direto com o refugiado. Tais atitudes contrastam com a dureza que o governo de Barack Obama tem se dirigido aos países latino-americanos, ameaçando represálias caso ajudem Snowden. Ou mesmo à sua atitude perante os governos europeus que protagonizaram o papelão subserviente de negarem espaço aéreo ao avião presidencial boliviano, sob a alegação de que estaria transportando secretamente o denunciante.
Por seu turno, o presidente russo Vladimir Putin renovou sua determinação de que, para conseguir asilo permanente na Rússia, Snowden deveria cessar de “prejudicar interesses norte-americanos”, ou seja, teria de suspender suas revelações sobre a espionagem secreta por parte da National Security Agency. Tais “conversações indiretas” entre os dois governos mostram a decisão de não permitir que o “caso Snowden” prejudique as relações entre os dois países, no momento delicado em que EUA e Rússia tentam rearticular alguma forma de política comum em situações como a da Síria e do Egito, depois das diferenças entre ambos que lembraram os tempos da Guerra Fria.
Ao mesmo tempo a NSA escapou por pouco de ter suas liberdades tolhidas por uma resolução votada na Câmara de Deputados de Washington. A moção foi derrotada por uma margem estreita de votos, 217 a 205. Nesta ocasião viu-se algo inusitado: o governo de Obama aliando-se a seu arqui-inimigo John Boehner, o republicano que preside a Câmara, enquanto rebeldes do partido deste (94) aliavam-se a rebeldes democratas (111) para tentarem a aprovação da medida.
Na Alemanha o debate sobre a espionagem continua, com a chanceler Angela Merkel tendo de dar cada vez mais explicações e com uma margem de manobra cada vez menor, sobre se o governo sabia ou não das atividades da NSA em seu território, e o quê sabia. Os países europeus envolvidos no episódio do avião do presidente Evo Morales pediram desculpas a este pelo impedimento que provocaram.
Este complexo jogo de poderes, que até agora limitava a liberdade de Snowden, virou a seu favor, pelo menos de momento. E ele assim poderá sair do aeroporto e fixar-se em Moscou ou qualquer outra cidade russa. A questão que se colocará dentro de algum tempo é a de se, com os papéis de um asilo definitivo, ele poderá deixar a Rússia em segurança, para deslocar-se a outro país de seu desejo, por exemplo, na América Latina.
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