Morre Samuel Ruiz, o bispo defensor da luta dos povos indígenas
25/01/2011
- Opinión
Seu corpo será velado na Catedral de San Cristobal de las Casas e enterrado na quarta-feira ao meio-dia.
Com informações do La Jornada
O bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, Chiapas, Samuel Ruiz Garcia, morreu nesta segunda-feira (24) às 10 horas na Cidade do México, aos 86 anos de idade. Ruiz, defensor da luta dos povos indígenas no México, foi o mediador entre o governo federal e o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).
O prelado esteve internado nas últimas duas semanas devido a deficiências pulmonares e renais, problemas nas artérias coronárias e carótidas, e diabetes prolongada, disse em um comunicado Felipe Arizmendi Esquivel, atual bispo da diocese de San Cristobal de las Casas.
O defensor dos povos indígenas recebeu homenagem na paróquia de de Santa Maria da Anunciação, no Centro Universitário Cultural(CUC), e foi levado a noite para Chiapas.
Seu corpo será velado na Catedral de San Cristobal de las Casas e enterrado na quarta-feira ao meio-dia. Acompanharão o cortejo de representantes das comunidades indígenas para que ele defendeu por décadas.
Com sua morte, o bispo Raul Vera Lopes disse, “a igreja perde um ponto de referência e a sociedade uma figura de ordem moral e responsabilidade ética, que exerceu a sua missão de um serviço da igreja para o mundo, não um serviço religioso para si mesma, que se protege, guarda silêncio e faz acordos com o poder. Era um homem livre”.
A cerimônia religiosa no Centro Universitário Cultural começou cerca de três horas da tarde, mas duas horas antes chegaram políticos, representantes das organizações civis de defesa dos direitos humanos e muitos membros da comunidade universitária.
Sobre Samuel Ruiz, o poeta chiapneco Juan Bañuelos , declarou: "Hoje morreu um dos maiores sábios que defendeu durante toda sua vida os direitos humanos dos povos indígenas do México, especialmente em Chiapas. Sua humildade e grandeza humana foram o caminho que nos fez, os que convivemos com ele, seguir em organizações de fraternidade e paz na selva chiapaneca. Nossa amizade era muito próximo e respeitamos o seu modo de pensar sobre o futuro do nosso país. Com ele convivi na organização pela paz e no diálogo depois da revolta indígena de 1994 em nosso estado, com o Subcomandante Marcos a frente. "
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