A pressão contra a Syngenta segue em frente

ONGs suíças interpelam o governo e expressam suas inquietudes frente aos fatos ocorridos no Brasil

18/11/2007
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"As atividades ilegais da multinacional Syngenta no Brasil"

Berna, Suíça

Pouco menos que um mês depois dos acontecimentos trágicos ocorridos no 21 de outubro em Santa Tereza, Paraná, importantes atores da sociedade civil suíça se mobilizam para impedir que o "caso Syngenta" caia no esquecimento. E tomam a iniciativa de alertar às autoridades suíças sobre as responsabilidades da empresa referida no contexto dos fatos ilegais ocorridos no Brasil.

Na data do 14 de novembro, vinte e cinco organizações não-governamentais e redes suíças enviaram uma carta oficial a Micheline Calmy-Rey, presidenta da república e ministra de relações exteriores, com cópias para a empresa Syngenta com sede em Basiléia.

A carta coletiva, promovida por E-CHANGER, ONG da cooperação solidária ativamente presente no Brasil, foi assinada por AliançaSul - uma plataforma que reune as seis mais importantes ONGs da cooperação para o desenvolvimento -, pela plataforma UNITÉ - que integra 25 organizações atuantes no intercâmbio de pessoas, bem como as Federações de cooperação dos cantões de Genebra e Vaud.

Greenpeace Suíça, Pro Natura, Swissaid, Terra dos Homens, StopOGM, a Declaração de Berna, MultiWatch, a Ação Quaresmal - a agência de cooperação dos católicos suíços, Brücke-Le Pont, o Grupo de Trabalho Suíça-Colômbia, Solifonds e Inter-Agire também estão entre os signatários da carta. A lista se complementa com uma dúzia de organizações camponesas, sociais, ambientalistas e da cooperação que se opõem aos organismos geneticamente modificados (OGM).

A carta relembra que no dia 21 de outubro, no Estado do Paraná, "uma milícia armada contratada pela Syngenta disparou contra militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)...", provocando a morte de um jovem dirigente deste movimento e ferindo gravemente outros cinco agricultores.

Neste dia, um grupo de camponeses haviam ocupado de forma pacífica um campo experimental da transnacional suíça, "para denunciar o cultivo ilegal de plantas transgênicas".

As organizações suíças relembram o Governo que "esta triste notícia" (da agressão armada contra camponeses), se soma "a outros comportamentos ilegais e perigosos da Syngenta". Esta mesma empresa desenvolveu e patenteou as sementes transgênicas particularmente agressivas ("Terminator") bem como o pesticida "Paraquat" (Gramoxone) de efeito inclusive mortal para milhares de trabalhadores de todo o mundo que o aplicam em seus cultivos.

A indignação dos movimentos sociais brasileiros, que exigem a saída da transnacional Syngenta do Brasil, constitui outro elemento central da carta publicada. E esta conclui com a solicitação à presidenta suíça de avaliar e discernir as "disposições adequadas" diante da "situação preocupante" provocada por Syngenta.

A empresa agroquímica é o número um a nível mundial no setor fitosanitário e o número três no mercado de sementes comerciais.

- Trad. Beat Tuto Wehrle
https://www.alainet.org/de/node/124353
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